Jeans: Cotidiano e Subversão

A ideia da exposição Jeans: Cotidiano e Subversão surgiu de uma conversa informal entre Mitiko Kodaira de Medeiros, Genny Abdelmalack e Anna Maria Rahme. A partir da decisão do enfoque sobre o jeans, iniciou-se sua elaboração. O conteúdo apoia-se no resultado da experiência Transforme sua Levi’s, realizada pela primeira turma do Curso de Moda da Anhembi Morumbi, em 1993.
A proposta da transformação de uma calça jeans, cedida pela Levi’s, com liberdade de intervenções, fez parte de um concurso. Os concorrentes optaram por materiais diversos com os quais compuseram as peças, que originou um desfile com os melhores trabalhos.
O arquivamento dessa documentação e das peças pela Profa. Mitiko Medeiros, por meio do Núcleo de Moda da Anhembi Morumbi, possibilita esta exposição, que ora realizamos no Museu da Indumentária e da Moda.
A exposição “JEANS – cotidiano e subversão” propõe outra leitura do acervo da Teciteca Dener Pamplona de Abreu da Universidade Anhembi Morumbi. Um legado construído com o esforço e dedicação do corpo docente e o envolvimento dos alunos. Essa curadoria discute o jeans como uma peça integrada ao cotidiano. Destacam-se inúmeras possibilidades de subversão, com transposições e deslocamentos materiais e subjetivos.
Esse jeans que transita no cotidiano e exala sentidos múltiplos na articulação espacial, é um vestir que na conexão tempo-espaço revela um acontecimento e reverbera vontades, inquietações, afetividades e desejos ao compor as diferentes individualidades. O jeans aqui enfrenta o significado tradicional e constitui um evento com narrativas e percepções. As diversas materialidades desdobram-se em subjetividades contínuas. Esse vestir compõe um fenômeno e estabelece um caráter fundante, uma presença singular em que interferências estão fusionadas na trama, e, ao mesmo tempo, exalta e subverte a memória.
Adotou-se o formato de uma galeria de imagens sucessivas em que cada peça é mostrada integralmente e em detalhes, contemplando uma fruição do todo e das partes constituintes de sua composição e técnicas de execução. A ideia é que o visitante percorra os “corredores” e construa suas interpretações.